terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Os Bons Companheiros - Parte 2


O grupo de caça comemorava. O grande rothé estava morto, abatido por vários ferimentos à lança. Mas o golpe final fora dado pelo principal caçador da tribo, Torugg.
O animal tinha cerca de 3 metros de altura, e quase o dobro de comprimento. Forte, e com sua pelagem grossa, era comum nas regiões montanhosas. Pelo menos enquanto as revoadas de dragões permanecessem longe. Os longos chifres, enrolados como os de um bode, mas muito mais resistentes, renderiam boas facas. Talvez até uma ponta de lança. Quando cercou o animal, Torugg sabia que ele iria empinar e tentar pisoteá-lo. O orc apareceria perto demais para o animal poder tentar atacá-lo com os chifres.
Quando as grandes patas golpearam o ar, Torugg posicionou a lança e segurou firme. O peso do enorme animal fez o resto.
Agora o orc admirava a bela carcaça, enquanto os demais caçadores se aproximavam para começar o trabalho de carnear o animal.
O frio cortava, embora o grupo estivesse acostumado. Viviam nas montanhas a gerações, desde que os humanos os expulsaram das terras mais baixas. Torugg odiava os humanos por isso, assim como seu pai e o pai dele também haviam odiado.
O som repentino assustou os orcs, que saltaram de armas em mãos. Logo outros sons seguiram, sons de trovão. A oeste, raios púrpura criaram teias pelo céu estrelado, e então um negrume, mais escuro que a noite, se formou acima do deserto. As estrelas se esconderam por detrás das sombras, e ao longe os guerreiros orcs podiam ver a forma que surgiu no céu noturno.
Entreolharam-se, e sem qualquer palavra, correram de volta para sua tribo, abandonando a bela presa para congelar na neve que cairia em breve.

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