O grupo de caça comemorava. O grande
rothé estava morto, abatido por vários ferimentos à lança. Mas o
golpe final fora dado pelo principal caçador da tribo, Torugg.
O animal tinha cerca de 3 metros de
altura, e quase o dobro de comprimento. Forte, e com sua pelagem
grossa, era comum nas regiões montanhosas. Pelo menos enquanto as
revoadas de dragões permanecessem longe. Os longos chifres,
enrolados como os de um bode, mas muito mais resistentes, renderiam
boas facas. Talvez até uma ponta de lança. Quando cercou o animal,
Torugg sabia que ele iria empinar e tentar pisoteá-lo. O orc
apareceria perto demais para o animal poder tentar atacá-lo com os
chifres.
Quando as grandes patas golpearam o
ar, Torugg posicionou a lança e segurou firme. O peso do enorme
animal fez o resto.
Agora o orc admirava a bela carcaça,
enquanto os demais caçadores se aproximavam para começar o trabalho
de carnear o animal.
O frio cortava, embora o grupo
estivesse acostumado. Viviam nas montanhas a gerações, desde que os
humanos os expulsaram das terras mais baixas. Torugg odiava os
humanos por isso, assim como seu pai e o pai dele também haviam
odiado.
O som repentino assustou os orcs, que
saltaram de armas em mãos. Logo outros sons seguiram, sons de
trovão. A oeste, raios púrpura criaram teias pelo céu estrelado, e
então um negrume, mais escuro que a noite, se formou acima do
deserto. As estrelas se esconderam por detrás das sombras, e ao
longe os guerreiros orcs podiam ver a forma que surgiu no céu
noturno.
Entreolharam-se, e sem qualquer
palavra, correram de volta para sua tribo, abandonando a bela presa
para congelar na neve que cairia em breve.
Nenhum comentário:
Postar um comentário